Menu
MUNDO
"O gênio criador é que faz com que sejais respeitados. Não é uma questão de cor – é uma questão de saber se fizésseis ou não o que a humanidade necessita." (George Washington Carver, conhecido como o “Cientista Negro”)
“O Cientista Negro”, é um livro envolvente, empolgante e inesquecível. A cada página lida, aumenta-se a inquietação e a curiosidade para o desfecho. Devora se cada parágrafo, ansiosamente esperando chegar ao final, na velocidade do vento, das emoções, sensações e dos desejos. Cada capítulo vai, aos poucos sendo armazenado em nossa memória e sem querer, começamos a falar sobre ele, a descrever sua trajetória, suas aventuras... Quando contamos a história a alguém que nunca leu ou ouviu falar do exemplar, é explícito o interesse de quem ouve o relato, despertando a vontade de obter mais informações acerca do protagonista George Washington Carver. Parece estranho mas só ouvi falar deste livro quando um dia há muito tempo nas dependências do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, nos fomos apresentados por um colega advogado, e a oportunidade de conhecer a fundo seu inteiro teor, foi no fim dos meus estudos jurídicos em faculdade, quando o colega Jourdan Rezende me convidou para fazer uma resenha critica para ele sobre o livro citado nestas linhas. Ganhei de presente o exemplar, e como se diz por aí o que é da gente vem na mão e na hora certa, nada mais maravilhoso e intrigante... Carver nasceu escravo, cresceu menino, amadureceu criança, envelheceu jovem, trabalhou para viver, em busca do hoje e do amanhã. Seu toque trazia vida, do chão árido nascia a esperança e seu sorriso era irradiado pela luz do sol. Falava pouco, era pensativo, atento e estudioso. Buscava obter bem mais do que lhe era ofertado. Não se cansava, era persistente e estava sempre à procura de novas descobertas, era um desbravador, era um inovador. Confiava em sua intuição e todas as suas dúvidas eram solucionadas com Deus diretamente, em quem encontrava as respostas para suas indagações. Era perseverante, e nunca desistia de seus objetivos lutava exaustivamente, até alcançar um resultado positivo. O fracasso não o entristecia, pelo contrário deixava-o feliz, pois conseguia esclarecer vários questionamentos, com base em fatos e acontecimentos que pareciam perdidos. Era dócil, obediente e servil. Gostava de ser útil, de ajudar a humanidade de todas as formas possíveis. Passou por várias privações, sentiu muita fome, e às vezes se perguntava onde conseguia retirar forças para sobreviver e continuar sua luta. Seu abrigo era pago com os jardins e o apoio, com a lavagem de roupas e com serviços prestados à cozinha. Não era vaidoso e dava pouco valor ao dinheiro. Era negro, sim. Mas um negro cientista, algo estranho para o século XIX, principalmente em um país à época provinciano como os Estados Unidos, onde o preconceito vicejava abundante anunciando a superioridade dos brancos. E naquela época leis severas promoviam a segregação de negros e brancos; estes não podiam se sentar à mesa com brancos, os negros não podiam estudar, não podiam ter atividade cultural, segregação esta que caiu por terra na luta pelos direitos civis apregoada naquele país por Luther King e Malcolm X no século passado. Haviam hotéis proibindo a entrada de negros, como se fossem contaminar o ambiente apenas por terem o material cutâneo mais escuro. Era lamentável a discriminação. Aos negros estavam relegados apenas os trabalhos braçais, principalmente no cultivo do algodão. Interessante é que muitas vezes pareciam que eles os negros acreditavam serem mesmo inferiores, pois se comportavam de maneira um tanto conformada com a situação. No entanto, Deus possui mecanismos perfeitos de mostrar às incoerências da humanidade, e convoca ao renascimento, sempre que necessário, almas mais adiantadas e iluminadas, moral e intelectualmente para desmistificar questões entranhadas na vida das pessoas, como por exemplo, o lamentável preconceito de que alguém é maior, melhor ou superior apenas por ter pele mais clara. E foi em terras americanas que se reencarnou George Washington Carver, o filho de escravos que se notabilizou como um dos maiores cientistas do mundo no século XX. De sua mente brilhante brotavam as descobertas mais extraordinárias. Com o pequeno amendoim fez mágicas fabulosas e extraiu, inclusive leite da pequena semente, que, diga-se de passagem, produzia também manteiga. Significativo detalhe: suas descobertas eram também importantes do ponto de vista econômico, para se ter uma idéia 100 litros de leite de vaca produziam 10 quilos de queijo, enquanto 100 quilos de leite de amendoim produziam 35 quilos de queijo por exemplo. Importante destacar o desprendimento dessa criatura que veio ao mundo em meio à miséria e cercado de condições adversas, por dezenas de vezes recebeu propostas milionárias para patentear as descobertas que fazia na pequena oficina de Deus - era assim que chamava seu laboratório - no entanto, não aceitou, em sua concepção as descobertas deveriam estar ao alcance de todos a fim de beneficiar a coletividade. Diferente de muitos outros cientistas era dotado de enorme senso de justiça fazia questão de receber pelo seu trabalho apenas aquilo que considerava justo, nem mais nem menos. Amante das artes e da natureza confabulava intimamente com o Criador sobre os mistérios que cercam os reinos mineral, vegetal e animal. Apreciava a simplicidade, vestia-se de forma sóbria e lutava incessantemente contra os desperdícios. Aliás, afirmava o eminente cientista que podemos aproveitar tudo de tudo, não há sobras nem desperdícios na natureza, tudo foi feito na medida exata, nos cabe portanto, dar asas a nossa capacidade inventiva e criar. Podemos citar como um dos muitos exemplos da capacidade criativa do Dr. Carver a utilização do caroço do algodão, incômoda sobra que era sumariamente incinerada ou atirada nos rios, constituindo-se em verdadeiro prejuízo ao meio ambiente, já cantando a pedra sobre o melhor aproveitamento dos recursos naturais. O grande pesquisador conseguiu, pois dar múltiplas finalidades ao caroço do algodão, transformando-o em fonte de riquezas findou-se então o problema ambiental de tal forma que algumas indústrias deixaram o interesse pela rama do algodão para focar atenção no caroço da planta. Apresenta –se então um raciocínio interessante: considerando que Deus não faz nada sem utilidade é forçoso admitir que os lixos inexistem, muitas coisas - não apenas alimentos - descartados por nós podem ainda ser utilizados. Necessário nessa questão abrir um parêntese e discorrer rapidamente sobre a sacola plástica e sua finalidade. Saiba o caro leitor que os sacos plásticos, tão duramente combatidos pela mídia, podem ter fim muito mais importante do que o descarte no meio ambiente, ou seja, dos plásticos podemos formar uma gama enorme de subprodutos a beneficiar a sociedade sem agredir o meio ambiente, basta, para isso, utilizarmos a criatividade, como fez o inesquecível cientista. Há, inclusive, universidades no mundo todo desenvolvendo pesquisas envolvendo os plásticos e os subprodutos que podem dele originar. Entretanto, existe um caminho longo a ser percorrido, as pessoas em primeiro lugar precisam adquirir mentalidade ambiental para que o plástico deixe de ser descartado como lixo tornando-se diferencial econômico, como foi o algodão, ou melhor, seu caroço para os Estados Unidos. Enfim, é impossível falar em um simples esboço todas as descobertas e todos os benefícios trazidos pela mente do mago da agricultura George Washington Carver que desencarnou indo ao encontro de seu “Grande Pai” em janeiro de 1943. A realidade é que os grandes exemplos de vida não podem ficar ocultos do grande público, o singelo objetivo de suscitar a curiosidade em conhecer a vida do notável cientista negro que acreditava em Deus, e rompia barreiras construídas pelo preconceito humano. Recebeu nome de gente, George Washington Carver, o que era um privilégio, pois os escravos naquela época eram vistos e tratados como animais, que se compram e vendem no mercado. Ele era um homem de merecimento extremo. Em uma transação, bandidos resolveram trocá-lo por um cavalo, no lugar de sua mãe. Sofreu muito, mas não se abalou, pois as mudanças nunca lhe afligiram. Nos estudos, chegou onde negro nenhum naquele instante poderia chegar naquela época. Tinha uma grande virtude: a humildade. Vestia-se com extrema simplicidade, suas roupas eram limpas, mas, remendadas, cerzidas, e seus sapatos costurados. Um dia, comprou vestimenta distinta: roupa de gala e sapato de verniz. Seu armário era o único a possuir tais roupas. Era muito habilidoso. Cantava, tocava piano e fazia recitais com o objetivo de arrecadar dinheiro para executar suas obras e experiências. Como cientista, ensinou que se observássemos e valorizássemos a natureza, aprenderíamos a entendê-la, apreciá-la, respeitá-la e a tirar, dela, com sabedoria, tudo que precisássemos, para usufruí-la, sem lhe causar danos, que tais linhas nos façam repensar sobre o que podemos aproveitar de melhor na natureza sem destruí- la. Fernanda Santos
0 Comments
“Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os séculos, e a América Latina aperfeiçoou suas funções. Este já não é o reino das maravilhas, onde a realidade derrotava a fábula e a imaginação era humilhada pelos troféus das conquistas, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a região continua trabalhando como um serviçal. [...] É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder. Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos.” Trechos de As veias abertas da América Latina - GALEANO, Eduardo. Tradução de Galeano de Freitas, Rio de Janeiro, Paz e Terra, (estudos latino-americano, v.12), Do original em espanhol: Las venas abiertas da America Latina. 2010, p.05.
Eduardo Galeano escreveu a respeito em 1978, Salvador Allende foi exumado no Chile, a filha do Fujimori, Keiko que mais parece um tamagochi (para os mais jovens era um bichinho virtual, que na minha infância irritava os professores, pois era um porre) quer tocar o terror assim como o pai Alberto no Peru, Os Estados Unidos, veem Ollanta Humala, como um maluco, no Brasil, Palocci não sabe como justificar seus “miseráveis honorários”, Dilma virou refém na mão do PMDB. O barraco está armado. Mario Vargas Llosa e Gabriel García Marquez devem estar de boca aberta, pois a América Latina como ilustrado nos trechos de Galeano viraram motivo de disputa como se fossem TERRA SEM LEI. A paz é contra a lei, e a lei é contra a paz... Quando ouvi falar de Galeano pela primeira vez, tinha somente 17 anos, jamais imaginaria que as afirmações feitas em Montevidéu em 1978, fossem tão atuais e tão encorpadas quanto um vinho antigo. Em meus devaneios revolucionários, fico a imaginar se toda a América Latina fechar suas veias, e se libertar das amarras econômicas garantindo assim conquistas sociais para seus povos, como ficarão os Estados Unidos e adjacências. Acho que ficariam de penico na mão, pedindo arrego, pois seu poderio cairia por terra assim como um castelo de cartas. Ano que vem Obama tentará a sua reeleição, caso ele não se oriente, o IMPÉRIO DO MAL, voltará a atacar novamente; e caso não sejam mostradas as fotos de Osama Bin Laden morto, não me surpreenderia se o visse na porta do Fórum Antigo de Goiânia, vendendo churros, frutas, guarda- chuvas, pipocas, créditos para celular e bilhetes sit pass, e city bus disfarçado de bom velhinho estando em nosso meio... Devaneio esse existente somente na minha fértil cabecinha, delírio do poeta. Que o sistema é BRUTO, todo mundo sabe. Agora o que muitas pessoas ignoram é que no fim sempre sobra a conta para a parte mais fraca pagar. Quem sabe um dia fugindo desse horizonte cinzento os POVOS do CERRADO, possam governar Goiás, e os demais povos da América Latina, principalmente os mais esquecidos possam tomar posse daquilo que lhes pertence por direito e possessão. Que com a eleição de Ollanta Humala no Peru, o fim das perseguições a senadora Piedad Córdoba na Colômbia, Chávez se emendando na Venezuela, Rafael García no Equador governando de verdade, Cristina Kirchner deixe a Argentina nos trilhos, Sebastián Piñera no Chile encontre uma saída, e que Dilma Rousseff deixe de ser refém de fatores externos no Brasil, e Obama nos respeite nos Estados Unidos, que todos estes fatores contribuam para que FINALMENTE possam ser estancadas e fechadas as veias abertas da América Latina. Fernanda Santos Depois de receber a notícia da classificação do meu Verdão para as semifinais do Goianão, e doida pra apreciar uma Bohemia bem gelada, soube da morte do Osama Bin Laden, fiquei de cara... Nem deu tempo de beber o defunto.
Em 2001, estava chegando da escola quando vi pela tevê a explosão das Torres Gêmeas, símbolo da hegemonia americana perante o mundo. Lamento pelas vidas que se foram, mas nunca se imaginou que quem orquestrou esse estrago, foi gente que era dentro de casa... O evento foi como uma intifada (A intifada palavra árabe que significa "sacudir" é uma revolta popular dos palestinos habitantes dos territórios ocupados por Israel desde a guerra de 1967. Essa rebelião teve início nos últimos anos da década de 80 e se manteve sem interrupção até a assinatura dos tratados de paz com Israel no início dos anos 90. Depois, com o fracasso do processo de paz, foi retomada em 2000.), por aí nego tem noção do que o Bin Laden quis fazer naquela época. Nada justifica o evento, mas que CABRA SAFADO TEM QUE MORRER isso é fato. Agora os Estados Unidos da América, que se cuidem pois vai ter troco! Os caras foram muito sabidos em enterrar o Bin Laden no mar, mas isso não impedirá um processo sucessório na Al Qaeda, nem pagando e nem com a polícia... O pandemônio está armado! No meio desses eventos estranhos, houve a morte de familiares do Kadafi, um evento acoberta o outro. A Reuters deve ter morrido de rir. Cidadão Kane ia querer saber o motivo de tanto alvoroço, Orson Welles, deve estar se perguntando no além como ele ia explanar sobre o evento caso estivesse nessa Terra. Depois da morte do Bin Laden tudo é possível, pois para os olhos de Deus nada fica descoberto para sempre. Sempre haverá um amanhã. O amanhã nunca morre. O amanhã será para sempre! Que todos os povos encontrem caminhos plenos para a paz... Fernanda Santos Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, e fizeram uma grande greve (talvez fatos assim tenham sido inspirados no longa metragem “Gangues de Nova Iorque”, campeão de bilheteria). Elas ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas á época exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Poderia tecer quaisquer outros comentários sobre o Dia Internacional da Mulher, segundo leituras e observações feitas por esta pessoinha que assina estas linhas, aliás a mulher já deveria ter seu destaque reconhecido, muito antes dos eventos que originaram a data, no Antigo Egito, a mulher na ausência do marido tinha livre arbítrio para negociar e administrar seus bens, as rainhas Elisabeth e Victoria da Inglaterra, foram precursoras e romperam paradigmas em suas participações neste “Grande Teatro da Humanidade”, a rainha francesa Maria Antonieta, pelo lado negativo “tocou o terror”, e acabou na guilhotina, pelo fato de desmerecer seus súditos reais mandando comer brioches. Mulher é gente boa de qualquer jeito, loira, morena, negra, índia ou oriental, magra ou gordinha, alta ou baixinha, de todas as qualidades, é esta espécie que faz a diferença na Terra! Mas que por conta de pensamentos imbecis, machistas e provincianos, é que esta data teve origem numa história de terror que faz inveja a Bruxa Má da história da Branca de Neve e etc... Porém, foi somente no ano de 1910, durante uma Conferência das Nações Unidas (as nações convidadas para o evento, pois a Organização das Nações Unidas - ONU, só viriam a existir após a 2ª Guerra Mundial.) na Dinamarca, ficou decidido que a data passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, mais de cem anos depois do evento danoso, através de um decreto, é que a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Ao ser criada a data, não pretendia somente apenas comemorar e nem fazer um favor às mulheres, na maioria dos países naquele ano foram realizadas inúmeras conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade a partir daquele momento. O esforço hoje na atual ordem do dia, na agenda da contemporaneidade é para diminuir e, quem sabe um dia terminar com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, e de ordem e toda a sorte (no Brasil hoje existe a aplicabilidade da Lei Maria da Penha, e Lei Joanna Maranhão), jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito o foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história. Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932, foi um marco na história da mulher nestas terras brasileiras. Nesta data foi instituído o voto feminino. Apesar de já nestas terras mulheres, como Ana Néri, Maria Quitéria e Chiquinha Gonzaga, terem inúmeros feitos desde tempos imemoriais. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, depois de uma herança escravagista e segregacionalista, herdado por um sufrágio eleitoral brasileiro, que mais excluía do que agregava conquistas de cidadania, tendo assim o direito de votarem e serem votadas para todos os cargos no executivo e legislativo. Durante grande parte da História do Brasil, as mulheres não tiveram nenhuma participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como, por exemplo, votarem e ser votadas. Somente em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas com o advento de um Código Eleitoral, as mulheres conquistaram o direito do voto. E também puderam se candidatar a cargos políticos. Nas eleições de 1933, a Dra. Carlota Pereira de Queirós, se tornou a primeira mulher a ser deputada federal brasileira por São Paulo, o que para a época era uma avanço surreal. Em 1979, Euníce Michiles tornou-se a primeira senadora do Brasil. Entre 24 de agosto de 1982 e 15 de março de 1985, o Brasil teve a primeira mulher ocupando a pasta de um ministério. E ela foi Esther de Figueiredo Ferraz, ocupando a pasta da Educação e Cultura. Indo muito além de que mulher na política só serve para dar uma aparência apresentável e respeitável, ao marido político ocupante de cargo publico, ou relegada a ser somente primeira dama, para só se ocupar com as obras sociais do então governo, e aparecer como Miss Brasil, em eventos festivos, atitude hoje que já caiu de moda, Carla Bruni, Michelle Obama, e Valéria Perillo, falam e se apresentam por si mesmas. Em 1989, ocorreu a primeira candidatura de uma mulher para a Presidência da República. A candidata era Maria Pio de Abreu, do PN (Partido Nacional). Em 1994 e 2002, respectivamente; a senadora Lúcia Vânia do PSDB-GO, e a ex- vereadora Marina Santanna do PT-GO, tentaram ser a primeira mulher a governar o Estado de Goiás, e ambas deram o maior trabalho nas urnas, a primeira chegou muito perto dessa façanha. Em 1995, Roseana Sarney tornou-se a primeira governadora pelo estado do Maranhão. Talvez com as principais conquistas das mulheres na política brasileira, hoje em dia posso em meus devaneios pensar em ser a Primeira mulher a governar o Estado de Goiás, já em 2010, elegemos Dilma Rousseff para a Presidência da República, e muitas outras mulheres a pleitear cargos nas Eleições Gerais daquele ano. E além de todas as ideias apresentadas nestas linhas, para todos os efeitos e circunstancias: Melhor do que a mulher, só a mulher! Fernanda Santos “Roseirais, Nova Granada de Espanha
Por você eu teu corsário preso Vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar Me arrastar até o mar, procurar o mar... Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por todo o mar Meu coração tropical partirá esse gelo e irá Como as garrafas de náufrago e as rosas partindo o ar Nova Granada de Espanha e as rosas partindo o ar. Vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar Me arrastar até o mar, procurar o mar. Roseirais, Nova Granada de Espanha Por você eu teu corsário preso Vou partir a geleira azul da solidão e buscar a mão do mar Me arrastar até o mar, procurar o mar.” Elis Regina – Corsário (Composição de João Bosco e Aldir Blanc) Setembro de 2009, Goiânia, Brasil, abre se um novo capítulo de dor na vida de uma mãe, encerra-se a história de uma jovem cheia de vida e sonhos... Década de 70, Plaza de Mayo, Buenos Aires, Argentina. Começa uma romaria sem fim, sem amanhã. Mulheres, dos mais diversos cantos com lenços brancos na cabeça, assim como Tânia Borges, procuram por respostas... As mães da Praça de Maio são mulheres que se reúnem na Plaza de Mayo, para exigirem notícias de seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983) a mais cruel de toda a América Latina. Alguns pais, considerados subversivos, tiveram seus filhos retirados de sua guarda e colocados para a adoção durante os cinco anos de ditadura. Quando acabou a ditadura, muitos desses filhos estavam sob guarda de famílias de militares. Ainda hoje, todas as quintas-feiras, as mães realizam manifestações na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, buscando manter o desaparecimento de seus filhos vivo na memória de todos os argentinos. A Plaza de Mayo sempre foi o centro da vida política de Buenos Aires, ficando nas proximidades da Casa Rosada, sede do poder naquele país. Muitos outros presidentes, democratas ou não e até jogadores de futebol e sua torcida, também desfrutam em celebrar na praça seus triunfos. Desde a década de 70 as Mães da Praça de Maio se reúnem com fotos de seus filhos desaparecidos pelos militares durante a ditadura argentina. A Plaza de Mayo foi escolhida como ponto de encontro porque, lá todas as mães eram iguais, todas haviam percorrido os mesmos caminhos na mesma busca, não havia nenhuma diferença e nenhum tipo de distanciamento. Começava ali um movimento de protesto e solidariedade unindo estas mães que perderam seus filhos. O Centro de Cultura e Eventos da UFGO, em setembro último, teve a mesma destinação para Tânia, além de celebrar a vida de Polyanna, ela percorreu os mesmos caminhos, na mesma busca, pelas mesmas respostas... A intenção das mães da Plaza de Mayo era sensibilizar o então presidente Jorge Videla, para que ele interviesse no processo e lhes fornecesse notícias dos filhos. Exigiam, ao mesmo tempo, punição para os assassinos. De certa forma: “Os filhos mortos pariram as mães”. De algum jeito Tânia com a ajuda dos amigos e simpatizantes da causa se fizeram estas mesmas indagações. Há pouco tempo as manifestações terminaram. Pelo menos em vida o falecido ex presidente argentino Néstor Kirchner, abriu as portas e a elas e fez coisas que ninguém esperava, como anular as leis que concediam imunidade aos militares culpados de seqüestros, torturas e assassinatos. Diferente de algumas autoridades que no caso de Tânia, ainda não esclareceram o caso Polyanna, e somente após uma manifestação em setembro último como já dito, é que foi encampado um empenho maior nas investigações, o que perto da luta das mães da Plaza de Mayo ainda é muito pouco. As “Madres de la Plaza de Mayo” foram inseridas na luta quando seus filhos e netos, ativistas na luta contra a ditadura na Argentina, começaram a desaparecer. Elas eram donas de casa, se ocupavam dos afazeres do lar e, em sua grande maioria, não compreendiam em profundidade o motivo da luta de seus filhos, assim como Tânia tinham suas vidas em ordem e foram devastadas por um verdadeiro vendaval de dor e saudade... Iam à delegacia e não obtinham respostas... Na igreja, ouviam dos padres que eram seus filhos e netos os próprios culpados pelos desaparecimentos. As ausências foram ficando cada vez mais constantes, mais filhos sumiam, mais mães choravam assim como Tânia Borges. No dia 26 de abril de 1976, um sábado, as mães se uniram para chorarem juntas na Plaza de Mayo. Os filhos deixaram de pertencer a apenas uma mãe, a maternidade foi socializada, assim como a dor de Tânia a partir do momento da confirmação da morte de Polyanna. Muito mais do que um enterro cristão e digno, é importante ressaltar que a punição e castigo para todos os envolvidos, é uma forma de tornar mais honrosa a luta destas mães e de Tânia. O que não diminuirá a dor, a ausência nem a necessidade de esclarecer os fatos. O fato a ser ressaltado, é que não devemos deixar esta memória ser apagada pela história oficial. A continuidade da luta dos que se foram, e de Polyanna é a força motriz da luta das Mães da Plaza de Mayo e de de Tânia, e tal luta deve ser retomada pelas novas gerações e um passo importante para isso, é buscar punição e castigo para todos os envolvidos. Que os sonhos desses jovens e Polyanna não caiam no esquecimento, e que a luta de Tânia e das Mães da Plaza de Mayo nunca seja em vão... Fernanda Santos |